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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

As catástrofes no Brasil

Cientistas explicaram que uma das causas da enorme quantidade de chuva que se abateu sobre as grandes metrópoles, nos meses de janeiro e fevereiro, foi o superaquecimento do solo, provocado pelas edificações e pelo asfalto, que por sua vez esquentou o ar, que ficou mais leve e subiu, formando nuvens carregadas, transformando-se num ciclo infernal de retroalimentação.
Bem, a natureza não criou esse cenário. O homem, com sua ganância, construiu essa realidade. Juntou pessoas em megalópoles, concretizou florestas de moradias, edificou necessidades para seu povo, impermeabilizando não só o solo mas também a sensibilidade de todos para o que realmente interessa para a vida. Sem querer, montou uma fábrica de produção de água em abundância. Agora não sabe o que fazer para escoar sua superprodução. Se tivesse cabeça, estocaria esse produto tão essencial à vida humana para usá-lo adequadamente em benefício da própria sociedade.
E essa água toda, produzida pela ganância humana e pelo modelo de civilização pós-moderna, poderia ser aplicada em regiões agrestes desses nossos brasis. Pense bem: dominada e bem canalizada, ela, que sobra aqui em nossa região e no sul do país e provoca todo esse estrago, poderia servir de base para um grande desenvolvimento social onde sua precipitação é rara. O problema seria construir metrópoles nas regiões inóspitas, sem o costumeiro desvio de verbas, para a produção em série desse líquido precioso. Outro problema também seria superar toda a burocracia para empreitada de tamanha monta. Estocar até que não seria tão difícil, mas transportá-la...
As estações das chuvas estão chegando. Com certeza, com elas chegarão também velhos novos incidentes. Muitos políticos aparecerão na mídia em meio aos escombros. Chorarão até e bradarão medidas urgentes. Muito dinheiro será destinado para assistência aos futuros desabrigados. Muita burocracia emperrará a liberação dessas verbas. Muitos desvios e poucos investimentos deixarão almas penadas banhadas em lágrimas. Muitos descamisados continuarão com suas vidas desgraçadas, resignados com os desígnios divinos. Só nos resta rezar e pedir a Deus que tire a venda dos olhos incautos e perdoe os desumanos, pois estes não sabem o que fazem.


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